um piquete [ai o que eu gosto desta palavra!] esteve aqui ainda agora. depois um entardecer de gritos e impropérios contra o senhorio e berreiro de regulação de torneiras exteriores em equipa com "e agoras?" à janela, chama-se o homem da câmara que isto de secura na cozinha não pode continuar por mais tempo. dez e meia e nada, dez e meia e toca e que aparece. olha para as torneiras ao relento e diz que está tudo nos conformes e que não pode fazer nada. diz-se que é de dentro e diz que não pode fazer nada. animado pelo desconsolo, faz a vontade e entra. o calmeirão abre a torneira, tira o filtro, sopra duas vezes, à fada, e qual passe de magia jorram rios de água como nunca vi. isto não interessa nada a ninguém, mas eu sei que hoje, terça-feira, dez e meia da noite, um homem de boné fez magia.