kitschnet - mini-pratos ao balcão: ressaca


9.5.06

ressaca
nestes dias vi assinar apelidos Curioso e Reguinho Lavadinho. concentração imensa de t-shirts C.I.A. cannabis inhaler association, F.B.I. female body inspector. uma única Fokia connecting people. com alguma piada, mas agora longínqua dado o batimento da coisa. coisas mais para rir que para lamentar. que a malta é estóica. e pronto. a desculpa para escrever aqui. ou para começar. que não são necessárias mas dão jeito. as desculpas, isto é. é como ler para escrever. como o outro que é santo. e daí para santo agostinho. e daí para tio augusto a quem a minha tia chamava gostinho. daí para gostinho do brasil, restaurante rodizado. e voltando atrás, a ti gusta. vimaranense hirsuta de barba feita mas de pelo na venta. e agora relendo o que escrevi atrás, a ter de corigir os mais que escrevo quase cronicamente masi. e irrita-me desse mal não me curar. e irrita-me a palavra sanar em vez de outras opções. recepcionar, nem se fala. e pelo andar da carruage, de cereja em cereja, podia aqui verter águas sem parar. mas sabe bem. os dedos nas teclas enquando toca a simone e é como se eu lhe estivesse a tocar o piano. quase. ena, como é bom escrever. o que for. papeladas de coisas que me fui lembrando. e pensar no que nunca escrevo. porque não o chego a fazer. só. se escrevesse para um jornal a coluna chamar-se-ia artigo indefinido. pois, perco tempo a pensar nestas coisas. e perco ainda mais a tentar chegar a um consenso quanto àquilo que devo pensar. e isto do dever é complicado. se escrevesse tinha de ser full time de maneira masi furiosa que de outro jeito. primeira parte a ler, depois a escrever. depois faltam-me duas coisas, para lá do resto que me falta todo. a coragem de começar, sabendo que jamais acabarei e depois, ainda ao mesmo nível, a falta da perfeição do caroço. e é verdade, comi o primeiro pêssego do ano. néon fundido na cozinha e eu com fome, a atirar-me ao fogão quando adivinho o cheiro saudoso do veludo veranil que alguém lá pôs. mão na taça, mão na fruta, da mão prá boca. sem lavar nem nada. pêlo na língua a saber a pó e sumo pelos dedos abaixo. e fumo no olho agora. e pêlos nas pernas e como eu me cortei porque achei que bolhas substituíam a espuma. mas falta-me a história ainda. o histórico revisitado. estupidez ou não, é dito por quem sabe ou não que é só com calo. que se lixe. mas com esta atitude que se lixe tudo e não pode ser. e a ler o jl relembro, como se fosse preciso, o meu amor à conversa de mesa, historieta e episódio chalássico. uns inesquecíveis e outros que voaram mas que ouvi com todo o gosto sôfrego com que oiço sempre tudo. mesmo quando não parece. e ainda a ler o mesmo, dou com gralhas seguidas e não resisto a anotá-las mentalemente. feitio judaico, diria o steiner. e com razão que o tenho. e bem se vê. esse e o resto. e nada de masi nomes que o pingarelho fica melhor quando se esconde, por experiência própria. e que bela herança. tenho-a toda e não quero mais nada. let it snow, let it snow, let it snow. e isto fica assim mesmo, como está. escrito de corrida em menos de minutos. só para desenferrujar os dedos.

posted by pimpinelle