kitschnet - mini-pratos ao balcão


20.9.06

deixa cá pôr o pézinho primeiro a ver se a água está boa antes de me atirar ao mar. isto ao princípio custa sempre a entrar. é estranho. basta um gesto de relativização, um toque na bola, golpe de sorte ou teletransporte para tudo mudar. não deixa de me espantar esta grande prática da relatividade. mas pondo os pés na realidade, deixa cá ver que tal se pinta a tela do blogger e que tal correm os dedos pelo alfabeto desordenado colado ao teclado. arejar. arejar aos sacos cheios fez-me bem. toneladas de bem. é como os anúncios actimel mas em dourado. abriram-se os portões para entrarem as delícias aos rebanhos. e eu arrebanhei e apanhei e guardei definitiva e ifinitamente, irremovível a laser, todas os dias em forma de bolas de sabão e neve no cabelo foréveranéver. porque os sonhos se realizam e eu não sabia ou tinha-me esquecido ou. e voltei, de grande volta a portugalaomundo em menos de 80 dias, regressei mais espalhada por aí, ainda mais dada, com mais querer, a acreditar mais, a crer a sério, a ter mais para oferecer, com mais juízos e valores, cheia de gás e vapores. a saber que a minha rotina é feliz e a minha rota ainda mais. a sentir a gratidão sem fim e com razão. a saber a lição de trás prá frente a estar mais dentro do mundo e de todagente. a ver comboios passar, a chegar da temporada, o sal na salada. de cosmoscópio a perceber o sistema lunar, a só precisar de olhar para os lados para poder atravessar. intraduzível entrada. palavras destas enferrujadas porque o sentir ultratrespassa tudo e nessas alturas muito altas é-se recolector e não há cadernos nem mais nada. só asas. pirosas. muitas asas a par e o resto todo que vem sem nome. sem inscrição porque não precisa. porque já tudo é maior e porque nada chega e é parvo contar. porque nestes casos raros, estados soberanos de graça gargalhadinha, contar é inútil. e nem se consegue.

posted by pimpinelle