kitschnet - mini-pratos ao balcão


15.12.06

cada vez me assusta mais. porque tenho tanta pena. é por antecipação mas é incontornável. cada vez me agarro mais, mais gosto disto.
a mais capaz das hipóteses é parecer o tripulante do barco afundante que sem saber nadar e a sabê-lo ainda assim se agarra ao mastro para mais uma golfada de ar. é, sou ambiciosa. e amo a vida. loucamente, com e sem reservas e/ou lugares marcados. amo-a como a vida, como tudo. não tenho grande medo do piroso porcelana que possa parecer ser e dizê-lo. ninguém ama nada, agora ninguém gosta de nada. do natal da famíla, do filme, da casa, do que ganha e do que perde. eu serei peste negra, crítica de tudo, mas gosto. não é hipocrisia ou tanga elástica, é discernimento. tem muito bicho mas aproveita-se até ao último caroço. aqui há dias, com a ida do cesariny, entristecesto, ficaram mais alguns com a ideia da morte. eu ganhei-a há tempo. trazia-a atrelada, assim como um cão que vai atrás de nós mas a que não ligamos muito. mas eu cá tenho um meduncho que me pelo. quanto mais melhora, mais me amarelo. com o tempo ou sem nenhum resolve-se isto noutro lado, afogando-me em poltrona de gabinete ou nalgum banco de jardim. e ui, ando sem cronologia para nada. a felicidade acelera o relógio. e tem-se tanto medo. mas é tão bom. a consciência dá cabo da gente. ignorance is not bliss, mas o toldo que nos dá a felicidade devia ser permanente. é que assim somos melhores. não digo assim de qualidades leiloávei, mas assim de humanos. a dizer as coisas. eu fico melhor. mais inútil, é certo, mas acho que melhor. ainda se fala assim? esta linguagem? ainda se dizem estas coisas? ainda se pode falar honestamente sem parecer idiota? ninguém leva a sensatez muito a sério. da maneira séria de a levar, pelo braço. agora lembrem-se de comemorar os centenários de nascimento e morrimento dos heróis, a torto e a direito. fazem bem, mas façam-no bem. façamo-lo bem, em silêncio ou em festa mas com a honra que merecem, com as honras das horas. porque já não se pensa na honra. não sei deitar datas, econtrar um desde que e se calhar nem nunca houve tempo, mas a honra, saiu um bocado porta fora, meio pela dos fundos. é possível até que venha só nos livros. que tenha sido um senhor a inventá-la e a modapegou. a inventar como o cesariny inventava. a inventar como a gente se inventa para ir trabalhar. e para viver. e é uma pena que tenhamos todos tanto medo. afinal não é tão difícil. o final é que não se sabe.

posted by pimpinelle