kitschnet - mini-pratos ao balcão: cool lou reed


25.7.07

cool lou reed
zonza. depois de dia grande e a ler coisas boas. seriamente boas. de corpo quebrado de raciocinar. de ver, de ter de me impor e de me achar, e de ver se consigo saber. tonta do rodopio que estas viagens por dentro do que vejo escrito. como ver as bolhas gás que sai das bolhas de gás da cerveja. os outros espantam-me e espelham-me e partem-me a cada prato. e eu respiro, fatal a cada passo. frase rabiscada em mais um papel. como o tigre do abrunhosa. uma foleirice envernizada. este limbo de quem se devia ir deitar mas ainda resiste, de bochecha no joelho, a ver o que sai dos dedos sem olhar para o écran, sempre tão total, com tudo lá dentro. bits and pieces. smokes and mirrors. pensava num nome a dar a isto, ou a outra coisa qualquer. de títulos lembro-me eu. tenho uma série deles gravados na memória dura que só me deixa recordar inutilidades como o lebo lebo e vaguezas afins. de leibniz não sei nada dizia eu no outro dia. o que nem é verdade mas o motor de brusca não me deixava chegar à prateleira. mil rascunhos. os bilhetinhos à deriva. o espólio, ah o espólio. e sempre os trocadilhos que chatice. as palavrinhas, tia alice. dou por mim a tentar decidir se cremada se enterrada. os enterrados ficam muito à supefície, eu queria era ficar no centro da terra e fazer-me magma. magma doodle. assim terra e fogo. ainda a escolha, mesmo pra depois da morte, e o adiamento esse fantasma esquisito, que ora dá como tira e todo o inferno gira. mas epitáfios invento eu muito. nenhum é o perfeito mas voa pensado para o caderninho imaginário. pitufos era o que chamava aos bonecos de plástico que tinha quando era pequena e se vendiam, baratos, nas papelarias. papelarias, tabacarias. o sócraqtes lá ao fundo a dizer disparates acerca desde bandato e eu a pensar na churrasqueira d'alvalade. e noutras cousas, noutras cousas também. e tanto por fazer. mas tudo com mansidão. esta doçuralgodónica de que agora sou capaz. o miúdo nervo que vou perdendo pelo caminho, como os mindinhos da humanidade. não resisto. estou cansada e vou dormir. cansada vai ser muito bom dormir. fica o resto para amanhã. todas as chamadas não atendidas. todos os remendos remédios e quejendos. sempre a apanhar comboios, a perdê-los, a trocar de linhas, a dançar-me as voltas. os linques, os imeiles que os li e que estrelei, para responder daqui a nada. que daqui agora vou sonhar um bocadinho as outras vidas que não posso praticar agora. o abismo de todo o possível, esse líquido amniótico onde nos movemos, o possível. o instante e o acontecimento e todas essas categorias de terceira. ahhhh que sono. mas não posso abrir muito a boca que se me desloca o maxilar. então bocejo cuela semifechada, a fazer um assobio infantil de menino aborrecido em saladespera de consultório. e tudo se passa e a caravana também e os cães em cima dela e não falta ninguém. estão todos contemplados. disparates. coincidente soma xilofónica de disparates. desavergonhadamente feliz. catadupa. a palavra é catadupa às cavalitas da centopeia de meia meia em cada pé. e as histórias todas por contar. tudo o que ficou para te dizer, que trago aqui no peito colo regaço, todo beijo inteiro abraço. bomba atónita. mundos mudos. chegou hoje o meu trampolim. a minha prima vai para carmelita. a terra é redonda, só podia. não tenho mais nada para dizer agora. o resto vem depois.

posted by pimpinelle