kitschnet - mini-pratos ao balcão: 05.07


25.5.07

I am the passenger
música para os meus ouvidos e livro aberto a ver se não os oiço nem vejo.
mas quando alguém à minha frente decide lavar os chackras com os florais de bach, nada a fazer. estou a ser atacada por todos os flancos.

posted by pimpinelle
24.5.07

mr. sandman
em jeito de exercício de excrita, porque raro os tenho e sempre deles m'esqueço, conto-vos o sonho que hoje tive. quisera eu ser tão criativa acordada e aqui vai a história em planos: primeiro estou deitada e constipada e assoo-me e saem enormes fios de ranho amarelo como se fossem fiadas de pérolas, em tudo iguais a elas. depois afinal estou é a sair de um trabalho num congresso e tento regressar a casa, mas quando saio do recinto estou afinal noutro sítio, desconhecido, vagamente parecido com as ruas de barcelona. encontro o prédio, um pouco diferente, mas podia ser dos meus olhos. entre os dois elevadores escolho o monta-cargas porque o outro estava desnivelado. carrego no botão que me levaria ao quarto andar e começo a subir mas o elevador não pára. sobe e sobe e sobe e eu, feita alice, fico a ver onde me leva. saio por fim num andar que nem vem anunciado nos botões do prédio ou do elevador. como é antigo, deduzo que é um prédio do outro lado da rua, servido por este elevador apenas por acaso e que lá fui parar por engano. tenho de sair do monta-cargas porque ele não se move e dou entrada numa sala pouco urgente onde está tudo quotidianamente disposto. tudo estranho para mim, mas mantém-se a calma, nem há porque não. casa antiga, pé direito altíssimo. encontro a amabilíssima, pela sua naturalidade, dona da casa que me assegura não haver problema nenhum e poder entrar à vontade. faz-me seguir para uma nova divisão, o quarto em desalinho. enquanto fala comigo e eu não a oiço porque me distraio na observação dos arredores, reconheço-a do congresso mas não lho digo, porque aliás, ainda nem falei. nisto entra o marido, grande, vindo do banho qual desportista do balneário, de toalha à cintura. aí falo e peço desculpa e encabulada viro a cara procurando uma saída. diz-me ele, ora, ora, não vale a pena envergonhar-se dessa maneira, se toda a gente fosse assim, o que isto seria. atrás de uma cortina de um tecido adamascado displicentemente puxada para o lado, está uma porta que me parece ser uma boa opção. despeço-me apressada e obsequiosa. a dona da casa tagarela mas eu não ligo. acompanha-me porque lhe mostrei vontade de ir andando e então agora leva-me à porta da casa. mas não chega a levar, deixa-me antes entregue a um grupo formado por uma escritora brasileira que discute os planos para o novo livro e um careca a quem os relata e que a ouve atentamente. o grupo anda decidido de maneira que os sigo porque eles devem saber onde vão. ela fala mais do que ele. ele parece que é fotógrafo e promete-lhe boas imagens e sequências de génio. parece-me tudo exótico mas sem que apresente perigo. sigo atrás deles, sala após sala, a olhar para as paredes em busca de uma porta promissora. enfim lá vamos dar a umas escadas. enormes, de madeira e os dois sempre tagarelando no que me parece ser uma língua de trapos, provavelmnte fruto da minha desatenção. só penso nas escadas, que começo a descer. são tão largas, altas e com um poço no meio delas tão grande que não há modo de as abreviar. cada patamar é diferente mas não me detenho a observá-lo. continuo, o truque é olhar para baixo. finalmente chego ao fim mas em vez de ir dar a um lobby de prédio, desemboco numa loja por alugar, daquelas que têm a montra de grandes vidraças por limpar. no chão há vários sacos de plástico brancos, dos que não fazem barulho, cheios de material de escritório insólito como aquelas coisas desenroladoras "tire a sua vez" que há nas zonas de espera de repartições, supermercados e afins. desvio os sacos para tentar passar, são tantos. saio da loja, parece que a porta cedeu, e venho para a rua. rua estranha, parecem ruas do avesso. finalmente, segundo um raciocínio original, lá me oriento e chego a casa. não arrisco, escolho o elevador, desnivelado ou não, e quarto andar comigo. pára no sítio certo. entro em casa, cansadíssima, deito-me e adormeço.
eu que pouco tenho escrito vos proporciono este naco de letras só para ver se querem ser o john malkovich. qual david lynch qual quê. esse até me faz impressão às vezes. não quero cá os sonhos dos outros, que desconforto. até porque me chamo rita e tenho aquele poster aqui atrás de mim e a coisa faz-me arrepios. eu sou mais uma história simples. regalem-se e analisem se quiserem. isto só serve para sublinhar o meu espanto face ao porquê das pessoas se drogarem. está tudo cá dentro.
ah, os sonhos, os sonhos...
consciência tranquila é coisa que não existe.


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o meu dealer de livros está convencido de que o meu apelido é Gaveta. como se desmente alguém cheio de razão?

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sussurro a murro
se viesses, eu não te perguntava nada.

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23.5.07

Agnes Dei

You are my sister, we were born
So innocent, so full of need
There were times we were friends but times I was so cruel
Each night I'd ask for you to watch me as I sleep
I was so afraid of the night
You seemed to move through the places that I feared
You lived inside my world so softly
Protected only by the kindness of your nature
You are my sister
And I love you
May all of your dreams come true
We felt so differently then
So similar over the years
The way we laugh the way we experience pain
So many memories
But theres nothing left to gain from remembering
Faces and worlds that no one else will ever know
You are my sister
And I love you
May all of your dreams come true
I want this for you
They're gonna come true (gonna come true)



You Are My Sister
por Antony And The Johnsons

do album I'm A Bird Now

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21.5.07

mão d'obra

estudo de mãos.
um mimo no Louvre. quadros do tamanho de casas mas o que m'agarra são os pequenos tesouros.

por LARGILLIÈRE, Nicolas de
francês nascido em 1656, Paris, morrido em 1746 no mesmo sítio.



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20.5.07

genial

Gilles Lipovetsky, filósofo francês, desde seu primeiro livro, " L´Ere du vide " (1983) procura discutir a interpretação da modernidade e da sua superação.

Este, publicado pelas Edições70 e "A Era do Vazio" publicado pela Relógio d'Agua, aqui e aqui. Gilles Lipovetsky vai cá estar, na Culturgest. imperdível. mais info aqui.


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pareser

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16.5.07

eu Felipe me confesso
"Hasta mis debilidades son más fuertes que yo." © Quino


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15.5.07

aniversário

um ano de atraso na entrega do IRS!


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14.5.07

eu e o papa
tem carapuço!

quando o vi pela primeira vez, aos 4 anos, o meu espanto recaiu todo sobre o acessório.


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13.5.07

souvenir de Paris


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12.5.07



não tenho vergonha de querer deixar de ter vergonha e tentar não tê-la do que sou no que creio do que digo do que penso e do pouco que faço e posso, almejo e atinjo. vergonha nenhuma na cara e no corpo, no que escrevo e no que como. sem me querer vergar a mais amarras para falsos propósitos e maus caminhos. e porque todos os dias estamos perante o princípio do fim, com um olho no céu e outro o abismo, há pequenas e grandes mortes para outros tantos renascimentos que se descobrem. ganhar consciência, fulgurante ciência colectiva interintrospectiva a romper fronteiras para alargar horizontes. há pequenos sinais a todo o momento, do pior e do melhor. nada está garantido mas pode ser que saibamos deitar por terra os muros. já se ouvem alguns cair. e é música. bom fim-de-semana.

fica um exemplo. e para todos os que por momentos se perguntaram a que propósito, informo que pela beleza e simplicidade dos gestos, a singeleza do triunfo do sorriso que lá se vê. não tenho em comum a experiência de uma sexualidade estatisticamente diferente mas identifico-me com a vida que se afirma e com a enternecedora harmonia na infinita multiplicidade [e eu sei, eu sei, não precisava de justificar mas enfim, sou bastante circular].




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meme assim


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pegando nestas palavras, pego nelas inteiras, tal e qual e até ao fim.


Sê a diferença que desejas ver no mundo
Gandhi


[*] Um "meme" é um " gene cultural" que envolve algum conhecimento que passas a outros contemporâneos ou a teus descendentes. Os memes podem ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma

e passo a expressão sem destinatário definido. sem querer limitar e na esperança de que seja contagioso. considerem-se convidados. fica a missão.





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dos limites
hello kitty; pucca; wrestling. não chego lá.


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11.5.07

apesar
com a força da gravidade a pesar, o impulso é para subir. é esta a luta. e é por isso que os elevadores nos deixam constrangidos.

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10.5.07

verificação de palavras
para provarmos à máquina que não somos uma máquina.

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«A literatura é o essencial ou não é nada»

G. Bataille

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4.5.07

sobretudo sobre nada
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o meu relógio biológico é uma anedota. é de cuco. circular, pendular e persecutório. uma bomba tic tac que me desarma. religiosamente em procissão, segue trepando o peregrino os dias do calendário. há horas malditas, ciclos viciosos e voltagens sem retorno. chá. o que preciso é de chá. e sopa. e descanso. e saúdinha e paciência. paciência principalmente derivado ao fatalmente.

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circo de férias
[em sumido sussurro a delícia sublime da comédia da vida de nada privada fica na algibeira. naquele bolso junto ao peito. que a palavra faz-se toda quando não se pode dizer mais nada]

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novo post
a confirmar a tendência geral da prata da casa.
este post. com um link que podia ser bom mas nem por isso. mas fica o post, mais do que tudo o resto.

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este blog vai-se fazendo dos outros. aqui mais um exemplo.

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como não adorar esta fada?

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da fama e da forma
é um verme. mas não leves a peito, é só feitio.

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3.5.07

all de entrada
hoje pela primeira vez, ou foi ontem?, pensei em nunca mais voltar aqui. mas qual quê, lá vim ver como parava a moda. assim tudo meio morno, sem grande transtorno, só muda o molho que o cujo é o mesmo. bom, claro, bom, não digo que não. mas comer o miniprático, em directo e ao balcão nem sempre apetece. e a verdade é que escrevo agora e não em apetece. o que era era prolongar o silêncio quente moleza boa de cama. isto de unir a estupidez aos tempos livres e horas mortas tem o seu peso. até porque principalmentre sou mais interessante ao vivo e isto é a fala barata, conversa apeada e meios caminhos andados para nada. apeteceu-me calar-me um bocadinho, e não ver mais nada. não porque me falte o verbo, que essa fonte não quer secar, mas falta-me o saco, um novo, que este já está meio roto e remendado. e ficar assim tão sossegada, longe da faina e da vida airada que me apetece um poiso à margem, um posto de observagem, à sombra, a tecer outras teias, a desfolhar-me no que sopram os dias que agora são mais longos longe da falha e da vida virada, é o que apetece, o que agradece e retribui.

sou tão feliz que já não presto para mais nada.


posted by pimpinelle

dyslexics are persona au gratin. ao fim de anos, rio-me sempre como da primeira vez.

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diva no divã
senhor doutor, hoje sonhei que todas as pessoas eram eu. o que é que isso quer dizer?

[anda tudo à cata do true-self. havia de ser comigo, havia.]

posted by pimpinelle