Território absoluto
De vez em quando, apanho-me de surpresa. Como quem descobre, subitamente, que está apaixonado por um amigo de longa data. Hoje foi com os topos dos prédios recortados contra o azul do céu. As manhãs límpidas de Novembro são boas para estas contemplações e epifanias. Sempre gostei deles; até já os tenho fotografado. Se forem telhados velhos com muitas antenas, aconchega-me o coração. Se forem edifícios modernistas coloridos, o êxtase é garantido. Se forem arranha-céus espelhados que reflectem o firmamento, sou invadida de filosofia. Ah, o amor.
Igreja do Siza, Marco de Canavezes, 2008
