não me faltam. e, por causa deste senhor, mais algumas vêem a luz da escrita. mania do queijo. mania de experimentar só a ver como fica, de entrar nas portas, de ficar aflita. mania do raro e do conceito, de notar coincidências. mania da hera e das hortênsias. das bolas com creme, de tentar decorar deixas, de me tentar lembrar de coisas que nunca soube. de não enfrentar a lente, de andar depressa, de não ir na corrente. da alface em bocados grandes, do pechisbeque, do papel e do croquete. da rima parva, da meia palavra e dos planetas. da muita água, do curioso, do arco-íris e do gozo. da asneira, das caixas e cofres, dos burros e dos brilhantes. de não querer o saco no supermercado, de dormir de barriga para cima ou para o lado, de dizer o que não devo, de adiar, de embirrar, de querer mais, de protestar. a mania da conversa, de desconversar, de ficar submersa. de que não tenho mais pequeno, do deixa estar, do kitsch, de molengar. das linhas e dos padrões, dos pianos e violões, dos bons e dos vilões. mania de indefinir, dos indefinitos, dos mais bonitos. de desenterrar, da busca e das saias. de mastigar, de pensar e insistir. do ir e do voltir.
